Dica de Série – #05: The 100

Mais um Dica de Série e dessa vez com The 100. Bom, nunca ouviu falar? Pois bem, é uma série sci-fi que começa em um futuro distópico e pós-apocalíptico e a trama que ocupa a #5 do Dica de Série.

Há quase 100 anos a humanidade tem sobrevivido fora do planeta Terra em uma estação espacial construída pela unidade de 12 nações (entre elas o Brasil, confesso que fiquei emocionada quando vi nossa bandeira na série). Na estação espacial chama Ark a tolerância é quase zero para qualquer tipo de crime, exceto quando o “”criminoso”” tem menos de 18 anos. Os jovens delinquentes são mantidos em uma prisão e quando completam 18 anos são julgados novamente e o conselho decide se o jovem vai flutuar ou ser perdoado. Sim, flutuar, em uma estação espacial quer dizer exatamente isso que vocês estão pensando: é pena de morte .

Foi nesse tipo de ambiente bem violento e controlador em que os protagonistas da série cresceram. Os 100 que dão nome à série são 100 adolescentes que estavam presos na Ark quando o conselho tomou a decisão de mandá-los de volta para Terra. O chanceler Jaha (Isaiah Washington, de Grey’s Anatomy), Marcus Kane (Henry Ian Cusick, de Lost) e a doutora Abigail Griffin (Paige Turco) fazem parte do conselho que com várias divergências está experimentando alternativas para aumentar o tempo de vida útil na arca que está passando por sérios problemas de abastecimento de oxigênio. Então, mandar os 100 delinquentes de volta para o chão é, além de uma tentativa ousada de “conquistar o solo” novamente após anos de radiação, mais uma maneira de conseguir que os sobreviventes da estação espacial tenham alguns meses extras de oxigênio.


The 100

Obviamente que chegando na Terra nada é como esperado. Pode parecer cliché, mas The 100 me lembra bastante Lost em alguns aspectos (e não só por causa do Desmond). Ao aterrissar, os jovens começam a ser surpreendidos pelas belezas e coisas estranhas de um planeta que ficou “inabitável” por quase 100 anos. E, é claro, que não ficou inabitável realmente. Em todas essas histórias a humanidade sempre sobrevive. Descobrimos que existem seres humanos na Terra e os jovens que chegaram do céu são vistos como intrusos no planeta (olha Lost aê e a relação os Outros x passageiros do vôo 815).

Na segunda temporada da série somos apresentados a um outro grupo de personagens chamados de “homens da montanha”. A montanha é um grande bunker que foi construído na época da guerra que destruiu o mundo que conhecemos e as pessoas estão lá há gerações que nasceram e morreram dentro do bunker sem poder sair devido aos altos índices de radiação. Enquanto a primeira temporada lidou com a dualidade entre os recém-chegados e os “grounders” – nome dado às tribos que habitavam a Terra -, a segunda, com a inserção dos homens da montanha e todos os seus mistérios, abriu a possibilidade para diversas novas histórias ainda mais interessantes do que as do primeiro ano.

Agora vamos a melhor parte, a diversidade dos jovens personagens de The 100 e como a série apresenta mulheres protagonistas tridimensionais, fortes e únicas cada uma a sua maneira. Clarke Griffin (Eliza Taylor), é filha da conselheira Dr. Abigail e por isso chamada de princesa pelos outros jovens. É determinada em fazer o que acredita ser o melhor para os sobreviventes e com uma liderança nata acaba ganhando a confiança de todos. Bellamy Blake (Bob Morley) é o mais velho entre os sobreviventes e se infiltrou na nave que iria para a Terra para proteger sua irmã mais nova Octavia. Durante a primeira temporada age como o completo oposto de Clarke e parece apenas se importar com ele mesmo. Octavia Blake (Marie Avgeropoulos) é, sem dúvida, a personagem que mais cresceu nas duas primeiras temporadas de The 100. Da sua própria maneira ela encontra a sua força e se desliga da superproteção do irmão a fim de encontrar quem ela realmente é. Raven Reys (Lindsey Morgan) é uma mecânica de foguetes e a mais nova a conseguir o cargo na Arca, ela vai à Terra sozinha a pedido de Abigail e para reencontrar Finn que era seu melhor amigo de infância na estação e namorado.

Ainda temos muito mais personagens interessantes na série e a segunda temporada nos apresentou a outros que não vou detalhar para não estragar nenhuma surpresa. Porém é interessante ver como em distopias – não só na TV já que nos cinemas temos Divergente e Jogos Vorazes – as mulheres têm conseguido mais espaço para serem protagonistas e heroínas de ação. Clarke, Raven, Octavia, Lexa, Anya, Indra e Maya, de The 100, podem muito bem serem colocadas ao lado de Katniss e Tris como modelos de inspiração para jovens meninas. Outro ponto positivo do elenco da série é a diversidade racial. É claro que em uma série que começa com a premissa que a união de 12 nações salvou a humanidade não poderia ter um elenco todo branco, mas como white washing é algo real na indústria do entretenimento (e como exemplo negativo desta vez cito de novo Katniss Everdeen que nos livros possui pele morena e foi escolhida para ser interpretada por uma atriz branca), é sempre bom pontuar quando uma série respeita a diversidade dos seus personagens. Em The 100 temos pessoas orientais, brancas, negras, de origem hispânica e latina, uma verdadeira representatividade de várias nações.

Mais um trunfo da série é o modo como eles lidam com a sexualidade dos personagens. Mais uma vez não vou detalhar demais para não “spoliar” quem ainda vai começar a série, mas nem todos os protagonistas são heterossexuais. E o interesse dos personagens por pessoas do mesmo gênero é mostrado de uma forma bem sensível e sem grandes alardes na história. Um dos roteiristas da série respondeu no twitter que em The 100 a sexualidade das pessoas não é uma questão e ainda brincou que foi preciso um apocalipse, mas a humanidade finalmente entendeu isso. Falando nos roteiristas, ainda destaco, que a equipe que escreve The 100 é formada em sua maioria por mulheres, mais um ponto super positivo para a produção.

Enfim, vale super a pena acompanhar. 

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