William Miller é um jovem muito inteligente. Pequeno para sua idade e dois anos adiantado na escola é um garoto solitário, criado pela superprotetora mãe (Frances McDormand,) e pela irmã. Esta, cansada das intromissões da matriarca, abandona o lar aos 18.

É neste momento que ela, sem total noção de seu ato, muda a vida do irmão. Deixa seus vinis para ele. Dentro do disco ''Tommy'', do ''The Who'', um aviso: ''Escute 'Tommy' a luz de velas e você verá toda sua vida pela frente''. É neste mágico momento que o garoto descobre sua paixão pela música, assunto o qual passa a dominar completamente. Quer ser um jornalista da área.

Apoiado por um experiente crítico musical de sua cidade, Lester Bangs (Philip Seymour Hoffman), Miller tenta conseguir uma entrevista com o ''Black Sabbath''. Irremediavelmente barrado na entrada dos bastidores, acaba conhecendo os membros da banda ''Stillwater'', que abriria o show. Conhece também um grupo de fãs da banda, lideradas por Penny Lane (Kate Hudson), que apesar de negarem, são groupies ao extremo, ou seja, andam somente com pessoas famosas, acompanhando-as em todo lugar e dormindo com elas. Essa suposta intimidade é o gancho que ele usa quando o editor da Rolling Stone, sem saber que ele é um garoto, liga e pede uma matéria. Resultado: cair na estrada por 4 dias com os caras.

O diretor Cameron Crowe usa este garoto, virgem de tudo, largado no lado de um mundo que ele tanto admira, mas pouco conhece, e realiza várias proezas. Apesar do Stillwater ser uma banda fictícia, o espectador sente e respira exatamente os conflitos e situações que ele imagina que sua banda predileta experimenta. Ou seja, o filme funciona como um retrato dos bastidores do Rock. As groupies, especialmente Penny Lane, mostram a dedicação que algumas pessoas tem à seus ídolos. Miller, Bangs e os executivos da Rolling Stone são a faceta da crítica musical nesta indústria. Para qualquer jornalista ou aspirante, é muito divertido observar estes personagens, que representam alguns estereótipos de maneira deliciosa e inusual. Os rapazes do Stillwater estão no palco com a mesma insegurança e tem as mesmas esperanças que qualquer banda de garagem comum. Quem tem uma guitarra ou instrumento em casa sabe como eles se sentem.