Comentando Filme: O Exorcista (1973)

Exorcizando o cinema de horror. Apesar de ter efeitos especiais um pouco ultrapassados, O Exorcista ainda provoca calafrios com seu climão.

Poucos filmes conseguiram ser tão assustadores quanto O Exorcista, de William Friedkin, um cineasta que teve um começo de carreira fulminante com este clássico do terror e o sensacional Operação França (1971), mas depois sumiu do mapa, reaparecendo de tempos em tempos com produções abaixo da crítica, como o terrível A Árvore da Maldição.

O Exorcista

O mérito desta fábula de horror moderna está em investir todas as suas fichas na confecção de um clima soturno e claustrofóbico, optando por uma fotografia escura, trilha sonora minimalista e andamento cadenciado. 

É óbvio que boa parte do impacto do filme à época vem dos efeitos especiais asquerosos, simulando baba, vômito e sangue por todos os lados. 

Porém, hoje em dia, esses recursos são os que menos impressionam a moçada acostumada com as estripulias visuais da Industrial, Light & Magic, empresa de George Lucas que controlou os efeitos especiais da grande maioria das produções com orçamento razoável em Hollywood. 

A cena em que o padre Karras recebe um banho de vômito da menina possuída Regan (Linda Blair, que depois daqui não fez mais nada digno de nota) só consegue provocar risos agora. Gargalhadas se pensarmos que o "truque" foi realizado com sopa de ervilha e, detalhe, gelada para provocar raiva no ator Jason Miller (outro que depois de seus 10 minutos de fama se escafedeu). 

Portanto, a força de O Exorcista consiste em seu clima e, principalmente no roteiro, baseado (na verdade quase reproduzido ipsis literis) no romance homônimo de William Peter Blatty. 

Uma garota que está morando circunstancialmente em Washington, já que sua mãe é atriz e está envolvida em uma produção com locações por lá, é possuída pelo demônio. 

A príncipio, todos duvidam do fenômeno e apostam m algum problema psicológico para o evento, inclusive a igreja Católica, que demora um bocado para aprovar a aplicação de um ritual de exorcismo. 

Só que quando cadeiras, mesas e outras coisas começam a voar pelo quarto de Regan, a coisa começa a mudar de figura.

Essa batalha entre o místico e o científico mantêm bem o pique de O Exorcista. Um filme que há cada ano fica mais ultrapassado na forma, mas imperecível no conteúdo.

Título Original: The Exorcist
Título no Brasil: O Exorcista
País: Estados Unidos
Ano de Lançamento: 1973
Direção: William Friedkin
Roteiro: William Peter Blatty
Gênero: Terror
Elenco: Ellen Burstyn, Max von Sydow, Lee J. Cobb, Kitty Winn e Linda Blair
Nota: 9,0 

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