Minha Memória de Séries #33 – That 70′s Show

Às vezes nos deparamos com algo que nos ataca diretamente naquela parte do cérebro onde guardamos as nossas memórias afetivas, nos levando a uma viagem para os melhores dias das nossas vidas. Com That 70′s Show, a passagem é de primeira classe e esta é a Minha Memória de Séries desta semana.

A série retratou em suas oito temporadas a transição para a vida adulta de seis adolescentes na fictícia cidade de Point Place – Wisconsin. O pano de fundo é a década de 70 como todas as cores e excessos inclusos. Abordando com sagacidade impressionante as mais diversas situações, não há como assistir a série e não se identificar – eu fiz isso, eu passei por aquilo – exceto, é claro, os que ouvem funk sem fone de ouvido no busão, neste caso recomendo Teletubbies.

That 70′s Show

Não existe um destaque na série, todos os personagens são bons, sejam principais, secundários ou recorrentes. Até mesmo a última temporada que sofreu o desfalque de dois protagonistas Topher Grace e Ashton Kutcher, que resolveram enfatizar a carreira no cinema, segurou a onda com a adição de Josh Meyers e a ‘promoção’ de Tommy Chong com o genialmente sequelado Leo.

Confesso que evito propositadamente até mesmo citar os nomes dos personagens, gostaria que as três pessoas que convencerei a assistir não sofram qualquer influência e assim como eu tenham uma experiência absolutamente pessoal, revivendo o que é realmente a melhor idade que é a fase anterior àquela em que precisamos equilibrar chefes imbecis, colegas que desejam nos apunhalar, clientes quadrúpedes e pilhas de contas.

Dos diversos assuntos tratados, como primeiros namoros, descoberta do sexo, gravidez na adolescência, dificuldades financeiras, doença, morte, trabalho e por aí vai, dou destaque ao uso de drogas. Antes de qualquer coisa, deixo bem clara a minha postura a respeito, sou inflexivelmente contra o consumo de qualquer droga, principalmente a maconha, e é justamente esta droga que é retratada de modo recorrente na série. Com frequência os garotos se reúnem no porão para um evento chamado de “The Circle”.

A droga em si jamais aparece, mas seus efeitos estão lá através das coisas mais sem sentido que podem sair da boca de um ser humano – o que me leva a crer que “Que tiro foi esse?” não foi concebida pelo homo sapiens – de qualquer maneira fica a mensagem da série, a maconha te deixa estúpido.

Outro momento recorrente é o devaneio, quando qualquer personagem delira a respeito de uma possibilidade ou situação futura dando aquela carga de tinta em situações comuns, Van Gogh não faria melhor.

Enfim, depois de aborrecer a todos com essas pessimamente traçadas linhas escrevo o que é relevante de verdade a respeito: Assistam, é genial. 

Eu acompanhava alguns episódios da série no Canal Sony e por alguns tempos na Band também. Mas está disponível na Netflix, que é melhor ainda. Isso é tudo.

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