Filme – Christine: Uma História Verdadeira (Christine, 2016)

Em meados dos anos 1970, Christine Chubbuck é repórter de uma emissora local de televisão. Talentosa e ambiciosa, ela acaba entrando em uma profunda crise devido a frustrações profissionais e pessoais, tomando uma decisão que os telespectadores jamais esquecerão. Baseado em uma história real, o filme de #89 é ''Christine: Uma História Verdadeira''.

A história se passa em Sarasota, nos EUA, em 1973. Christine (interpretada por Rebecca Hall) é uma apresentadora de TV em ascensão. O outro apresentador, George (interpretado por Michael C. Hall), mais famoso, é o alvo da paixão platônica de Christine, que leva uma vida pessoal solitária, morando com a mãe que também está solteira.

As reportagens positivas realizadas por Christine não trazem muita audiência e a emissora pede temas mais violentos. Enquanto isso, sua mãe arruma um namorado, e passa a lhe dar menos atenção. Christine mostra sinais de descontrole e agressividade, e, quando George a convida para sair, a leva para uma terapia em grupo. O sucesso de George resulta na sua promoção para assumir um cargo em Baltimore. 

Christine: Uma História Verdadeira

Com seu jeito introvertido, a jornalista e repórter Christine Chubbuck de 29 anos comandava o talk show matutino Suncoast Digest no Channel 40. Ela se empenhava muito para dar o melhor de si e se tornou uma mulher bem sucedida, porém ao mesmo tempo que fazia sua carreira, ela se sentia muito frustrada e desmotivada devido à falta de liberdade que tinha para conduzir suas matérias jornalísticas da maneira mais produtiva e relevante à população.

A emissora Channel 40 apenas almejava matérias sensacionalistas para alcançar mais pontos de audiência, indo numa direção oposta aos ideais de Christine Chubbuck. Cansada de tanta frustração e depois de se ver enganada pelos seus próprios colegas de trabalho, no dia 15 de julho de 1974, a jornalista decidiu dar fim a toda angústia que vivia nos últimos anos de vida, ao vivo durante exibição do programa da emissora.

Pelo ponto de vista de Christine, parecia que ninguém se preocupava com ela, no momento que ela mais precisava ser ouvida, mesmo com seus esforços e com sua maneira oculta de chamar atenção, ela não conseguiu nenhuma palavra de apoio. Viver otimista numa falsa realidade parece fácil, mas viver a vida de Christine parecia ser muito difícil e pesado. Muito estressada, a jornalista começou a sentir fortes dores no abdômen e descobriu que teria que retirar um ovário, devido ao grande tamanho de cisto que contia, sendo realizada a cirugia, o possível sonho de ser mãe jamais poderia ser concretizado, apenas o terrível sentimento de perda e luto pela impossibilidade de ter filhos.

Christine: Uma História Verdadeira

Completamente frustrada, Christine realizava também um trabalhado voluntário utilizando marionetes para entreter crianças portadoras de deficiências mentais dentro de um hospital. Além disso, ela também se preocupava em realizar matérias jornalísticas relevantes para a comunidade, isso mostrava como ela olhava o outro e como de certa forma desejava esse mesmo olhar. Ao redor de Christine, a maioria das pessoas estavam apenas vendo seus próprios interesses, isso é passado de forma clara no filme.

Christine assim como qualquer outra pessoa precisava apenas de amor e consideração, ela era inteligente e muito talentosa, mas sua vida parecia sem sentido, sem o olhar do outro. Cada vez mais solitária, ela tomou a decisão mais brutal e triste que poderia, a representação dos seus últimos anos de vida, foi mostrada para milhões de pessoas ao vivo sob forma de sangue e dor.

A atuação da atriz Rebecca Hall foi excelente. Recomendo a todos assistir “Christine: uma história verdadeira”, pois muitas vezes a perspectiva de um suicida não é mostrada, o que dificulta a compreensão e a prevenção de mais cassos como esse, além da falta de reconhecimento do trabalho do psicólogo. Todos nós seres humanos, precisamos de ajuda. Por mais que achemos que podemos resolver tudo em nossa vida, tem coisas que não conseguimos, pois nem todas alternativas são pensadas e vistas de modo claro, objetivo e rápido. Somos seres grupais, mesmo aqueles que não se sentem assim, devem ter consciência disso. O amor faz milagres e também pode ser pano de fundo para tragédias e muito sofrimento. Observem todos os recados de um possível suicida, talvez ele esteja te pedindo socorro e você esteja muito distraído com suas preocupações para se atentar à possibilidade de um lamentável indício de suicídio.

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