Séries na Memória – #03: A Feiticeira

Começo dos anos 60 e uma esposa dedicada a agradar ao marido. Pensando dessa maneira, talvez Bewitched soe até uma história comum e aleatória. No entanto, ao colocar Elizabeth Montgomery como Samantha, uma jovem feiticeira, o enredo se tornou rapidamente um sucesso da época, e também um clássico que merece ser revisitado neste Séries na Memória

Mais conhecida como A Feiticeira, a trama foi levada ao ar pela primeira vez em 1964, no entanto, antes disso, existia um clima de desconfiança, já que seus produtores não sabiam se uma trama sobre bruxarias seria bem aceita pelo público. Contudo, logo no começo, foi não apenas recebida de braços abertos, como se tornou uma queridinha do telespectador.

A Feiticeira

E grande parte de seus méritos está no carisma inegável da protagonista. Pertencendo a uma família de feiticeiros, Sam pode fazer magia apenas mexendo seu nariz. Apesar disso, à pedido de seu esposo James (Dick York), um publicitário sem poderes, ela tenta viver uma rotina normal, tal como uma dona de casa da época. O que até poderia ser relativamente fácil, se não tivesse uma série de confusões à sua frente e também uma mãe contrária a seu casamento.

A bruxa Endora (Agnes Moorehead) é talvez quem mais se aproxima ao estereótipo de vilã fixa na produção. Embora não apareça em todos os capítulos, sempre usa toda sua ironia para desdenhar da escolha da filha, sempre ofendendo o genro. Porém, com uma delicadeza e um jogo de cintura indescritível, Sam sempre consegue equilibrar as coisas. De vez em quando, ou quase sempre, ela até acaba recorrendo à magia pra resolver o que precisa, no entanto, mantém sua decisão tomada por amor.

E é nas poucas vezes em que precisa usar seus poderes que as coisas se tornam mais divertidas na série. Especialmente quando sua vizinha Gladys (Alice Pearce, inicialmente, substituída por Sandra Gould, depois da morte da primeira atriz ) resolve bisbilhotar sua vida. Sem nunca entender direito o que vê, ela tenta convencer seu marido de que existe algo muito errado e diferente na casa dos Stephens, porém, acaba sendo sempre taxada de louca.

Além dela, outros personagens fazem parte da trama, como o chefe de James, a prima Serena, também interpretada por Elizabeth, e com um quê de malvada, e ainda tia Clara (Marion Lorne), uma feiticeira que já está na idade de aposentar seus poderes.

Essa mistura de personalidades dentre o elenco e a simplicidade das tramas são um dos destaques que fizeram com que Bewitched se tornasse um sucesso duradouro. Tanto que chegou a inspirar um fracassado filme baseado em sua história (estrelado por Nicole Kidman) e sempre é cogitado para ganhar um remake.


Vale lembrar, porém, que sua versão original escondia um pouco do que se passava no período, com discussões sobre direitos da mulher e feminismo. Premissas que provavelmente não conseguiriam ser adaptadas à altura.

Dessa forma, desconsiderando os conceitos de modernidade, o melhor caminho é mesmo acompanhar os episódios antigos. Mesmo se assistidos fora de ordem e aleatoriamente, é impossível não sentir nenhum tipo de apego ou identificação com Samantha.

Na infância assisti muito pela RedeTV!. Hoje a série se encontra ao ar pela Rede Brasil de Televisão. Vale a pena dá uma olhada nos episódios. Uma série que ficou na memória.

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