Hancock: O Momento em que o Heroísmo Encara a Realidade

Incomum. Um herói fora dos padrões, desajeitado, arrogante, solitário e, definitivamente, com problemas na seção de bebidas. “Nada que já não estamos acostumados”, muitos disseram na época de lançamento de seu filme. Entretanto, sinto em lhes dizer, caros amigos, estavam completamente errados!

Hancock é um filme americano de ação-comédia protagonizado por Will Smith, Charlize Theron e Jason Bateman. O herói Hancock é muito mais semelhante a nós do que imaginávamos. Meros mortais que somos, passamos por muitas dificuldades desde que chegamos a este mundo – não é a toa que nascemos chorando. Heróis também têm os seus dias ruins. Não há superpoder que evite um problema (até porque se evitasse não teríamos os incríveis vilões e muito menos as rivalidades épicas que tanto amamos, certo?). Com o Hancock é exatamente assim, apesar de seus esforços em fazer o bem ao salvar moças e crianças em perigo, gatos presos em árvores, naquele jeitão afoito e estabanado, sua comunidade não o adora e muito menos o vê como herói.

Will Smith como Hancock

Isso tudo acontece após ele perder sua popularidade, quando seus resgates nada convencionais eram acompanhados por um rastro de destruição onde quer que ele se colocasse em ação, o que trazia o caos para a cidade. A mídia, portanto, torna-o alvo de todas as acusações, ao dizer que ele gera mais prejuízos do que benefícios. Sendo assim, Hancock se isola, tornando-se ácido e entregando sua vida a bebida. Que característica poderia ser mais humana que a solidão?

Hancock é um super-herói com problemas de pessoas normais, como eu e você. Ele acorda todos os dias estressado, sem lembrar sua história e sem ninguém que o ajude a encontrar respostas. Quem nunca se sentiu assim ao menos uma vez? Completamente perdido?

“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, frase já bastante conhecida por nós, não é mesmo? Todos sabem disso, menos o Hancock. Ele nada mais é do que um ser incompreendido e mal-humorado que precisa ser apresentado à gentileza. E é isso que acontece quando ele salva o Relações Públicas, Ray Embrey, que fica tão agradecido que decide ajudar o herói a limpar sua imagem e melhorar sua postura. Ray percebe que ele não faz o que faz por mal – se fizesse, seria um vilão.

Ao analisar esse filme e todos os outros do gênero a que já dediquei meu tempo, percebi o quanto estamos acostumados àquela forma pré-fabricada de super-heróis que são completamente “certinhos” dentro e fora de seus trajes. Seguem as regras, com capa ou sem a capa. Então, entendi: Hancock é a imagem e semelhança de como seríamos ao possuir algo extraordinário. Não nos tornaríamos super-humanos apenas pela força física ou outra técnica adquirida. É preciso mais! É preciso ser bom pra fazer o bem!

“O destino não decide tudo, todos temos escolhas”.

Frase que define o filme e os ensinamentos que podemos tirar dele. Hancock escolheu. Escolheu ser alguém do qual admiramos, precisamos e chamamos em casos de emergência. E, antes mesmo dessa decisão, percebeu que mudanças são necessárias para alcançar as respostas que tanto buscamos. Percebeu o que precisava ser e como agir. Agora, sigam-lhe os bons!

Existem heróis. Existem super-heróis. E existe Hancock.

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