O Que Há de Novo em Séries #10 – Breaking Bad

Encontrar uma série em que o protagonista fica apenas vestido com suas roupas íntimas, deixando seu corpo bizarramente branco à mostra, é um pouco desanimador para acompanhar. Não que as coisas melhores em termos físicos, no entanto, aquela imagem pode assustar àqueles que não dão uma chance para Breaking Bad, série que ocupa o #10 do O Que Há de Novo em Séries.

Mas, assim que a história começa a engrenar, subitamente é impossível não admirar o personagem Walter White (interpretado por Bryan Cranston), um professor de química que decide produzir metanfetamina depois que descobre ter câncer.

No início ele é praticamente a personificação de um loser. Sem direito a muitas escolhas, se resume ao que poderia se chamar de medíocre. Contudo, ao longo dos episódios, se torna um dos anti heróis mais cheios de nuances da tevê norte-americana. E, ao seu lado, está Jesse Pinkman (interpretado por Aaron Paul), típico pós adolescente problemático que encontra na venda “amadora” de drogas, uma maneira quase fácil de sobreviver, num misto de falta de caráter e ingenuidade.

É essa dupla improvável, em uma história surreal, que garante a Breaking Bad um roteiro que aos poucos te conquista completamente.

Breaking Bad

A narrativa que começa tão aparentemente chata, aos poucos começa a se desenrolar num ritmo lentamente frenético, se é que essa combinação é possível. Mantendo um detalhismo único, vagarosamente e sempre de maneira surpreendente, a produção entra no mundo do tráfico, mas sem deixar de lado os dramas pessoais de cada personagem. E é isso que me faz gostar de uma série, explorar cada personagem para incrementar ainda mais história, tudo bem envolvente.

Vale salientar que quando se fala em dramas, isso nada tem a ver com questões de conto de fadas, de arrependimento ou redenção. Em Breaking Bad, o realismo reina soberano, por vezes chocando por sua honestidade crua. Munidos de um trailer, de um pequeno laboratório e de pouca consciência da realidade, os dois evoluem de uma maneira tão inesperada e verdadeira, que fica difícil acreditar em outras tramas depois de assistir a série.

Divididos em um curto espaço de tempo, os episódios são muito bem amarrados, dando a impressão de que é possível acompanhar passo a passo de cada um dos personagens, que incluem ainda a esposa de Walt, Skyler (interpretada por Anna Gunn), seu filho Walter Jr (interpretado por RJ Mitte), e os cunhados Marie (interpretado por Betsy Brandt) e Hank (interpretado por Dean Norris). Esse último, por sinal, adiciona um pouco mais de tensão ao roteiro, já que trabalha como agente do principal departamento anti drogas dos EUA.

A série foi batizada no Brasil de ''Química do Mal'', mas achei bem desnecessário esse título. Tensão, na verdade, bem poderia ser um subtítulo para a série. Depois de se envolver com a história, fica impossível não se sentir inteiramente ligado a ela e com uma preocupação inevitável quanto aos rumos da dupla improvável que a conduz. Especialmente depois que vão parar completamente no mundo criminoso. E sempre com uma atuação impecável do veterano Bryan Cranston e do jovem Aaron Paul, ambos já premiados no Emmy.

Ser um sucesso de crítica não é o único dos méritos da série. Criada por Vince Gilligan, produtor de Arquivo X, a série é também um destaque e diferencial para o público. A série já foi finalizada, mas vale a pena assistir as 5 temporadas produzidas. Tudo disponível na Netflix Brasil e também pela Amazon Prime Vídeo. Bem, fica minha recomendação. Até a próxima.

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