Minha Memória de Séries #44 – Popular

Ser ou não ser uma figura popular? O Minha Memórias de Séries de #44 é ''Popular''. A série mostrou o mundo dos adolescentes, um mundo no qual eles aprenderão a perder, decidir, e aprender com os próprios erros. Buscando a sua verdadeira identidade e os seus valores. Kennedy High School é o cenário onde um grupo de adolescentes aprendem que as regras sociais existem e que devem ser respeitadas. Este é o caso de Sam McPherson (interpretada por Carly Pope), uma garota dinâmica, boêmia, não muito popular e com seus próprios problemas; e Brooke McQueen (interpretada por Leslie Bibb), extremamente popular, atraente e de boa posição social. A falta de simpatia não impede que elas se vejam envolvidas de uma maneira que nunca imaginaram, nem mesmo desejaram, fazendo com que elas passem por situações de conflito, tensão e dor.

E então? Ser ou não ser uma figura popular? Sem dúvida, um dos maiores dilemas dos tempos de colégio. E  também a razão pela qual a estudantes Brooke e Sam têm um relacionamento pouco amigável. Mas o destino vai lhes ensinar que elas têm muitas coisas em comum, ainda que não percebam.

A arena que abrigava a luta pela “popularidade” entre as duas garotas era o Kennedy High School. Mas como a ironia dominava a série, o que elas não contavam é que iriam ter que aprender a dividir muito mais que o espaço no colégio, mas a própria casa. O pai de Brooke, Mike McQueen (interpretado por Scott Bryce) e a Mãe de Sam, Jane McPherson (interpretada por Lisa Darr), se conhecem acidentalmente e se apaixonam. E como toda boa série precisa de conflitos, decidem se casar. O que era só uma guerra de egos no colégio, rapidamente sobe o nível para uma guerra de poder familiar.

Popular

Antes de defender qualquer lado, Popular era um “dramédia” (drama + comédia) da melhor qualidade. Até os professores da escola apresentavam alguma extravagância, que era sempre bem vinda naquele universo, que muitas vezes, apresentava certos exageros, que combinavam com a acidez e sátiras ao mundo das séries teen e dos tipos adolescentes típicos americanos.

Em 29 de setembro de 1999 a série estrou abusando do sarcasmo e da ironia sobre a popularidade e dos estereótipos de adolescentes americanos no universo escolar, tornando-se um fenômeno entre os jovens. No Brasil foi ao ar no Canal Sony e também pelo SBT (por onde pude acompanhar) com o nome de ''Popularidade'' nas manhãs de domingo. Se você foi uma criança e adolescente dessa época, com certeza deu uma olhada na série.

O final da série foi bem louco, há quem gostou e também odiou. O que aconteceu? Essa pergunta deve ter rondado a cabeça de todos os fãs de Popular ao terminar de assistir ao último episódio do seriado. O que ficou foram mais perguntas do que repostas e a impressão, ao final da uma hora de tortura que se tornou ver pela última vez as aventuras dos alunos de Kennedy High, foi de que esse não deveria ter sido o fim. Popular merecia um final melhor.

O grand finale começou com as novamente inimigas Sam e Brooke tendo de esquecer as diferenças e fazer o parto caseiro da irmãzinha que estava nascendo. O nome escolhido pelas duas não poderia ser mais conveniente: Mackenzie McQueen, Mac McQueen, em homenagem às letras que, no primeiro episódio, uniram as duas protagonistas na mesma mesa do Laboratório de Química.

As duas fazem uma espécie de trégua. Decidem deixar a escolha de com quem Harrison (Christopher Gorham) vai ficar para o próprio e serem as duas suas acompanhantes no baile de final de ano. Nicole, por sua vez, dá (como sempre) um jeito de ser convidada por George (A.T. Montgomery), o ex de Sam. Brooke vai tomar as dores com Nic, já que sabe que ela está fazendo aquilo só para confundir Sam. Nic diz que ela deveria estar do seu lado, já que elas são "melhores amigas", ao Brooke contesta dizendo que Sam é sua irmã. A partir daí, o caos está instalado.

Nicole joga na cara de Brooke que ela estaria apenas armando mais um de seus planos para ficar com Harrison e deixar Sam de lado. E para não sentir-se culpada, estaria dando uma de santinha. Brooke dá um tapa em Nicole e diz que nunca mais vai falar com ela. Mas, diferente da última vez que isso aconteceu, Nic revida e diz que não vai mais viver às sombra da rainha do colegial.

Brooke consegue que George desmarque com Nicole e isso a deixa a bruxa adolescente possessa. Ela culpa Brooke por estragar seu baile e vai procurar a ex-amiga para tomar as dores.

Enquanto isso, Brooke e Sam estão dando um ultimato a Harrison. Ele vai ter de escolher com qual das duas vai ficar. Ele diz que já estava preparado para isso e a próxima coisa que ficamos sabendo é que Brooke sai correndo da mesa, dando a entender que ele escolhera Sam. Na correria, acaba sendo atropelada por Nicole. O que vai acontecer com Brooke? Ela morreu? E com Nicole? Foi presa? Nós não sabemos.

O último episódio de Popular contou ainda, como é de costume, com duas histórias paralelas. A primeira delas foi sobre o começo (e fracasso?) do casamento dos pombinhos Josh (Bryce Johnson) e Lilly (Tamara Mello). Eles ainda não haviam podido nem consumar o casamento, já que estavam morando com a mãe de Lilly, que fazia o noivo dormir no sofá. Eles decidem, então mudar-se para o sótão de Bobbi Glass (Diane Delano), que estava sem inquilinos, e começar a trabalhar para pagar as contas. Mas aí é que os problemas começam. Os empregos que eles encontram são fracos e eles não sabem nada sobre como virar-se sozinhos. Eles começam a questionar-se sobre se o casamento teria sido uma boa escolha. Será que eles vão superar tudo isso? Nós nunca vamos saber...

O surgimento de uma irmã gêmea de Mary Cherry (Leslie Grossman), Baby Honey Chile, a B.Ho., é a segunda e hilariante história. Ela tem sotaque do Bronx e morou a vida inteira com outra família, até descobrir que era herdeira de uma fortuna e ir correndo atrás de Cherry Cherry. A espevitada irmã da lunática Mary Cherry arma para ficar com toda a herança e a envia a um orfanato. Quando a extravagante ricaça pensa que sua mãe foi resgatá-la, acaba encontrando com o pai que ela nunca conheceu, Sweet Honey Chile (RuPaul), uma drag queen. Quais as conseqüências disso? Marry Cherry vai morar com seu pai? B.Ho vai ficar com a fortuna de Mary Cherry? Só Ryan Murphy, criador da série, sabe a reposta.

Com suas tiradas engraçadas e situações dramáticas calcadas de outras séries adolescentes, Popular, ironicamente, nunca foi um dos seriados mais "populares" entre os jovens adolescentes, mas tinha um diferencial. Era um dos poucos que sabia não apenas rir de si mesmo, mas de todos os programas do gênero e da própria cultura americana, tradicionalista e cheia de máscaras. Isso rendeu ao seriado prestigio junto à crítica e ao público mais inteligente e humorado.


Ryan Murphy, produtor executivo, co-criador e escritor de Popular (também por trás de American Horror Story e Glee), mostrou através deste drama de uma hora o processo de busca da verdadeira identidade como uma experiência universal por que passam todos os jovens durante a adolescência.

Na época de seu lançamento a série foi descrita como “uma visão divertida das políticas colegiais” (WB Scoop), “um seriado que lida com muitas questões dos adolescentes de hoje, incluindo pressão de amigos, relacionamentos e, como sugere o nome, popularidade” (Ultimate Fan Site) e “um olhar divertido, audacioso, e cheio de estilo nas trevas do coração do colegial” (TVPlex). 

A série só durou duas temporadas, alguns dizem que a mudança no rumo da história em sua segunda temporada foi o que prejudicou a audiência da série, que caiu no segundo ano e fez com que existisse o cancelamento prematuro da história. Seja como for, Popular é uma série que merece ser assistida. Recomendo!

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