Minha Memória de Séries #09 – Grounded for Life

Ei! Como estão? Hoje vou desenterrar uma série bem legal que assisti há alguns anos, Grounded for Life. Acho que poucas pessoas acompanharam ela, ninguém que eu conheço chegou a assistir. Enfim, vamos ver como essa série foi tão legal para o tempo que foi exibida.

Reprodução


A série Grounded For Life, uma comédia com episódios de meia hora de duração, retrata o cotidiano de um casal que tenta aproveitar a juventude ao mesmo tempo que tenta criar a família. Sean (Donal Logue) e Claudia (Megyn Price) estudavam numa escola católica de Long Island - uma região da cidade de Nova York, quando ela ficou grávida e os dois acabaram se casando. Anos depois, ainda jovens, eles já têm três filhos: a dramática Lily (Lynsey Bartilson), o neurótico Jimmy (Griffin Frazen), e o alegre e otimista Henry (Jake Burbage), um garoto cujo comportamento não se encaixa entre os integrantes desta família, os Finnerstys. \nA situação financeira do casal não é das melhores. Principalmente quando Sean decidiu largar o emprego no metrô para se aventurar no comércio. Ele comprou um histórico bar irlandês em sociedade com seu irmão Eddie (Kevin Fitzgerald Corrigan), oportunista e por vezes imoral. Claudia não gostou nem um pouco de ter que viver sem estabilidade financeira. Pior ainda foi saber que o marido seria sócio de Eddie. Quando percebeu que Sean não tinha o menor tino para os negócios, Claudia decidiu dar uma forcinha. Parece que agora os dois estão conseguindo fazer o bar progredir.

Quem também está sempre por perto é o vizinho Brad O´Keefe (Bret Harrison), um adolescente desajeitado que se apaixonou por Lily desde a primeira vez que a viu. De início a garota não correspondia tal paixão. Quando ela percebeu que o rapaz tinha muita sensibilidade e a amava incondicionalmente, eles acabaram perdendo a virgindade juntos. Na época, Lily tinha acabado de completar 16 anos.

Claudia ficou sabendo que a filha não era mais virgem. No entanto, ela decidiu apoiá-la e manteve o assunto em sigilo. Nesta temporada, Sean irá descobrir o envolvimento de Lily com o vizinho, desencadeando, assim, uma série de conflitos emocionais. A garota ainda terá que enfrentar outros dilemas. Principalmente quando tiver de explicar às amigas o motivo de ter largado um namorado descolado para se envolver com Brad. Enquanto isso, Claudia, que havia parado sua vida para criar os filhos, decide voltar a estudar. Seu filho Jimmy começa a viver as aventuras da adolescência e Henry tenta provar que o filho caçula pode escapar impunemente de qualquer problema.

No Brasil a série foi exibida primeiramente no Canal Sony e depois se mudou para o Canal FOX. Foi exibida originalmente entre os anos de 2001 a 2005, com três temporadas na FOX norte-americana e depois duas temporadas na extinta rede The WB (atual The CW). Totalizando cinco temporadas com 91 episódios produzidos.

Foi criada por Mike Schiff e Bill Martin.

Estrelada por: Donal Logue, Megyn Price, Kevin Corrigan, Lynsey Bartilson, Griffin Frazen, Jake Burbage, Bret Harrison e Richard Riehle

Elenco da série

Se você está cansado das intermináveis e repetitivas sitcoms americanas tratando de problemas familiares, eu recomendaria que você assistisse "Grounded for Life".

Apesar de ter sido cancelado há vários anos, a série estava a frente de seu tempo.

Assim como a maioria das comédias familiares americanas, esta tem os ingredientes básicos: um casal apaixonado, filhos problemáticos, parentes intrometidos, tudo narrado com uma boa dose de humor e recheado de piadas... mas as semelhanças param por aqui. Não espere uma família de classe média-alta, morando em uma linda casa com quintal sem muros, lindos filhos de olhos azuis, um carro zero e um futuro próspero... longe disso, a os Finnertys (os protagonistas da série) são pobres, rudes e bregas.

Os Finnertys são a ralé, aquela família que não deu certo mais tenta empurrar com a barriga. Eles não são miseráveis, apenas pobres (ou o mais próximo disso para os americanos). No fundo, eles dão a impressão de serem aqueles farofeiros que vão a praia com uma Brasília caindo aos pedaços, ligam o som alto e dão risadas barulhentas, fazendo com que fiquemos irritados, mais propriamente pela manifestação de breguice deles do que pelo incômodo causado.

Ninguém tem um emprego de médico, advogado ou engenheiro naquela família. A esposa, Claudia Finnerty (interpretada por Megyn Price) consegue apenas alguns eventuais bicos, e o maridão Sean Finnerty (Donal Logue) é o típico peão de fábrica, que ganha mal e reza para que a aposentadoria chegue logo. Seu casamento não foi fruto de algo planejado, como nas demais comédias, e sim um velho e conhecido acidente: a gravidez indesejada. O casal tem pouco mais de trinta anos, mas já possui 3 filhos, todos altamente problemáticos. A mais velha , Lily, é uma adolescente mal humorada, mal educada e ingrata, interpretada pela talentosa Lynsey Bartilson. Ela não é bonita e nem popular, e quase sempre morre de vergonha de sua família. Os caçulas Jimmy e Henry (Griffin Frazen e Jake Burbage) são diferentes como água e fogo. Enquanto um é tímido e quieto, o outro é o capeta em pessoa. Há ainda Eddie, o irmão caçula de Sean Finnerty (Kevin Corrigan) que poderia ser perfeitamente chamado de ovelha negra da família se seu irmão mais velho servisse de exemplo pra alguma coisa. Ambos são o motivo de vergonha de seu pai Walt Finnerty (Richard Riehle), um velho rabugento e tirano que completa o elenco principal da série.

Os Finnertys não prosperam muito na vida, nem mesmo nas pequenas coisas... todos os problemas apresentados nos episódios da série, terminam quase sempre piores do que quando começaram. Não há soluções mágicas que consertam tudo no final dos episódios, muito pelo contrário. A total falta de experiência do casal Finnerty como pais jovens cuidando de filhos adolescentes revela-se um fracasso. Não é incomum vermos um pequeno problema se transformar em uma grande bola de neve devido a essa falta de experiência.

Mas apesar de todos esses contratempos, os Finnertys sobrevivem. Sabe-se Deus como, mas sobrevivem. E são felizes. Utilizam artifícios que são a coisa mais parecida que os americanos conseguiram imitar do nosso famoso "jeitinho brasileiro". São pessoas boas, e embora possam ir a um jogo de futebol e pular escondidos do setor geral para as cadeiras numeradas ou roubar um cinzeiro em um restaurante, são pessoas honestas, com valores fundamentais de amor e respeito ao próximo.

Não há nenhum latino na série, mas toda essa combinação de revezes que os tornam tão humanos, fazem com que eles se pareçam com nós, os milhares de brasileiros e sulamericanos que vivem da mesma forma sem perder o rebolado. É como se no fundo, eles tivessem um sotaque latino.

Mas tudo isso não seria nenhuma novidade se não fosse a excepcional e inovadora técnica narrativa. Dos mesmos autores da saudosa "That '70s Show" e da chatinha "3rd Rock from the Sun", a série é narrada mais ou menos de trás para a frente. Pegamos a história no meio, retrocedemos para o passado três ou quatro vezes (com três ou quatro tendenciosas versões diferentes), e voltamos para o presente. Lembra um pouco o filme "Amnésia" (Memento), embora não dê tantos nós na cabeça da gente.

Despretensiosa e com um orçamento baixo, Grounded for Life foi realmente surpreendente no quesito originalidade. Se você já está enjoado das famílias tradicionais americanas, recomendo que conheça esta série e sua apaixonante família protagonista.

Espero que você tenha gostado tanto quanto eu: Foi bem latino, bem contagiante!

Abertura da série:




Isso é tudo! 

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