Filme – Ingrid Vai Para o Oeste (Ingrid Goes West, 2017)

Vivemos na era das mídias sociais, lugar em que as pessoas compartilham várias detalhes sobre suas vidas, mas quanto disso é real? Ingrid é uma jovem que tem como seus principais ídolos as personalidades das redes sociais. A que ela mais gosta é Taylor Sloane, muito famosa e com uma vida aparentemente perfeita. Obcecada, Ingrid decide abandonar tudo e se mudar para perto de Taylor, colocando em prática o plano de se tornar sua melhor amiga. Porém, o que parecia mais um comportamento de fã, se torna aos poucos preocupante e perigoso. Ingrid Vai Para o Oest (Ingrid Goes West, no original) é o filme de #92 do blog.

Ingrid Goes West

Podemos nos comunicar com qualquer pessoa a qualquer momento, independentemente de ser um amigo ou um completo estranho. Não só podemos nos comunicar, mas podemos compartilhar informações, locais, o que nos torna cada vez mais vulneráveis. Uma das febres da nossa era são os digital influencers, pessoas comuns que atingiram o status de celebridade com base no número de seguidores que possuem e no conteúdo que publicam.

Para todos os benefícios que cercam as mídias sociais, há um lado sombrio explorado em Ingrid Goes West. No filme, temos a desequilibrada Ingrid Thorburn (interpretada por Aubrey Plaza) que, após ter alta de um hospital psiquiátrico, se torna obcecada com a vida aparentemente perfeita de Taylor Sloane (interpretada por Elizabeth Olsen). Ao conhecê-la em uma matéria de revista que a enaltece por sua popularidade e influência nas redes sociais. Sem progresso algum em relação a Ingrid antes da internação, a jovem garota segue viagem indo completamente contra a marcha para o oeste. Ela persegue a digital influencer, descobre seus gostos, desvenda seus horários e lugares preferidos até que arma para se tornar próxima da jovem. Quando elas se tornam amigas, Ingrid precisa fazer um malabarismo para sustentar suas mentiras, as quais se tornam uma bola de neve em um jogo perigoso e injusto. As atitudes da personagem central chegam a ser vergonhosas e desconfortantes, além de que é extremamente triste ver o quanto a sociedade tem se tornado dependente de aceitação e aprovação pública online. E as redes sociais por sua vez tem sede por desgraça. A questão é que nem mesmo Taylor tem a vida perfeita que ela expõe online, e isso comprova o quão falsa é a impressão causada pelas pessoas nas redes sociais. 

Apesar de trazer o tom de comédia, o filme não perde a seriedade com sua mensagem profunda. Uma crítica a sociedade atual que nada é o que aparenta ser. Não sabemos nada sobre as pessoas, tudo isso tendo o fato de viver de aparências na internet muitas vezes, de curtidas, números de seguidores. É uma reflexão sombria sobre as questões que cercam as mídias sociais e a saúde mental nos jovens, mostradas através de um filtro colorido que faz o mundo parecer mais brilhante do que realmente é. O filme tem alguns momentos muito engraçados, mas na maior parte é um olhar desconfortável na vida online através dos olhos de Ingrid. Mostra mesmo o retrato da nossa geração, que supervaloriza a exposição da imagem na internet e na história. Sendo uma critica social que propõe uma preciosa reflexão ao questionar a verdade dos “influenciadores” e da ensolarada vida de aparências influenciados por eles. 

É o tipo de filme que faz a gente se questionar tudo o que coloca nas redes sociais, já que compartilhamos muito de nossas vidas com estranhos e às vezes esquecemos os riscos associados a eles. Ele também permitirá que você questione a natureza superficial de algumas das personalidades online, se elas estão realmente felizes ou apenas parecem estar? Enfim, super recomendo. Assisti no Telecine Play há alguns dias. 

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