Ei! Hoje resolvi comentar um filme simpático e surpreendente filme de animais falantes mas que não é bobo e que marcou minha infância, hoje falo de Babe O Porquinho Atrapalhado na Cidade.

O filme já é uma sequência do notável Babe - O Porquinho Atrapalhado de 1995, ano do meu nascimento. Naquele tempo ainda se produzia filmes bons com animais, né?

Inicialmente no filme Babe (1995), se passava numa fazenda e mostrava, com óbvia influência de George Orwell e seu livro Revolução dos Bichos, as relações entre animais e o surgimento de um pequeno líder, Babe, um porco que valoriza o diálogo e a compreensão rumo ao seu sonho de tornar-se um cão pastor. 

Nessa sequencia, uma aventura bem dirigida e executada por George Miller, o porquinho é levado para uma feira na cidade pelas mãos da Sra. Hogget, cujo marido, o fazendeiro Hogget (James Cromwell), acaba de sofrer um acidente envolvendo o poço da fazenda. Esta desculpa inconsistente serve de trama. 

Na cidade, o porco envolve-se com uma fauna urbana de ratos, cães, gatos (perfeitamente captados na essência) e macacos integrantes de um espetáculo estilo cirque du soleil, onde o dono é Mickey Rooney. Os ratinhos cantores do primeiro filme vão clandestinos na bagagem e o pato (que sempre quis roubar o trabalho do galo, nas manhãs) tenta seguir o avião.

Este segundo filme nem precisava ser tão bom, mas é. George Miller manteve a personalidade de Babe e encheu a trama de personagens/animais interessantes e, em alguns casos, bem mais cativantes que a grande oferta de humanos do cinema atual, com destaque para um expressivo orangotango, espécie de Paulo Autran do mundo animal (isto é um elogio ao Sr. Autran). 

Repete-se aqui aquela sensação do primeiro filme, em que o espectador acreditava estar de volta à infância lendo alguma história infantil de qualidade. Valores e mensagens são passados com a mesma naturalidade empregada nos efeitos especiais.

Como não negar a qualidade de cenas como a do cachorro que vê o seu destino final, após a vida? A cena lembra a de Robin Williams, em Amor Além da Vida, mas é melhor aqui. O talento de George Miller com a câmera também mostra-se evidente em quase todo o filme, mas em especial numa elaborada (e assustadora) perseguição animal (estilo Mad Max?), onde os efeitos especiais são usados a favor da história, especialmente ao ajudar traçar o perfil do personagem principal, capaz de ajudar o seu pior inimigo. Miller também mostra-se habilidoso ao misturar ação e tristeza recheada de poesia, como na cena envolvendo Babe e um peixinho dourado!

Para alguns, pode parecer perda de tempo escrever sobre um filme com um porco falante. Mesmo assim, vale ressaltar que são poucos os filmes infantis que resultam em trabalhos deliciosos de se assistir, bem feitos e que não tratam o espectador (adulto ou criança) como debiloide. Adultos deveriam tentar assistir ao filme.

Título Original: Babe Pig in the City

Título no Brasil: Babe O Porquinho Atrapalhado na Cidade

País: Estados Unidos, Australia

Ano de Lançamento: 1998

Direção: George Miller

Roteiro: George Miller, Judy Morris, Mark Lamprell

Gênero: Aventura, comédia, drama, fantasia

Elenco: Magda Szubanski, James Cromwell, Mary Stein, Mickey Rooney e Elizabeth Daily (voz de Babe)

Nota: 10,0