Penso, Logo Assisto!

Miss Simpatia, comédia produzida e estrelada por Sandra Bullock. No filme Bullock é Gracie Hart, indômita agente do FBI que precisa se infiltrar em um concurso de beleza ameaçado por um criminoso conhecido como 'o cidadão'.

O problema é que a bonita garota se esconde embaixo de uma postura hostil, cabelos maltratados, roupas masculinas e hábitos grosseiros. O FBI tem poucos dias para transformá-la em uma mulher digna de ser Miss. Extremamente bem realizado, Miss Simpatia é uma comédia que agrada bastante. E agrada é a palavra certa, já que não se exalta seja nas características boas ou ruins. Bullock, atriz mediana com carisma, faz bem sua parte dentro e fora das telas. Seu parceiro no FBI é o ator Benjamin Bratt, que cai como uma luva no papel. É robusto e sério, mas possui um ar bonachão. E os outros coadjuvantes roubam o filme sempre que aparecem: Michael Caine, ganhador do Oscar de ator coadjuvante por 'Regras da Vida', é o responsável na transformação de Bullock em Miss, Candice Bergen, é a ex-miss organizadora do evento e, por último mas não menos importante, vem William Shatner, que interpreta o apresentador do concurso.

Estas características representam uma boa liderança de Bullock no cargo de produtora. Seu roteirista é Marc Lawrence, que já havia trabalhado com ela em 'Forças da Natureza'. Ele visitou diversos concursos de beleza e entrevistou agentes femininas do FBI para ter os melhores parâmetros ao escrever o texto, cujo tema o atraiu. 'Os agentes do FBI só se sentem confortáveis dentro de seu próprio círculo porque o mundo externo os vê como exóticos ou ameaçadores', disse.

Um filme gostoso em que se consegue rir tranquilamente. E que, apesar de requerer pouca massa cinzenta, não é bobo ou ofensivo. É simplesmente bom entretenimento.

Simultaneamente, policial de Nova York investiga crime de motivação racial e desafia traficante dominicano. Lançado em 2000, Shaft é a versão anos 90 do thriller policial que marcou época no começo da década de 70 Interpretado por Richard Roundtree, um dos primeiros atores negros a furar o bloqueio branco e estrelar filmes nos Estados Unidos, John Shaft desembarcou em Brasília em 1973. Hoje cultuado, a primeira versão do policial Shaft estreou no Cine Karim. Quase 30 anos depois, muita coisa mudou. O Karim virou igreja evangélica e atores negros são bastante requisitados por produtores de Hollywood. Nada impede, entretanto, que a saga do temido tira nova-iorquino prossiga. Inspirado no filme que revelou o fenômeno conhecido como Blaxploitation (ver Memória), Shaft ganha agora uma adaptação anos 90. John Singleton, de Os Donos da Rua, dirige. Para tomar o lugar do veterano Roundtree, foram cogitados astros como Wesley Snipes. No final, prevaleceu Samuel L. Jackson, célebre em todo o mundo depois da elogiadíssima atuação em Pulp Fiction — Tempo de Violência.

Apesar de fazer referências ao original, o filme de 2000 atualiza muitos aspectos da obra que se tornou referência na década de 70. O principal: o Shaft do título não é o mesmo, e sim o sobrinho dele. O sobrinho segue os mesmos passos do tio. Querido pelas mulheres, o detetive cumpre seus objetivos a qualquer custo. Aqui, em especial, ele tem três missões difíceis. O personagem de Jackson está na cola de um traficante dominicano que domina Nova York (Jeffrey Wright, de Basquiat) e tenta desmascarar dois policias corruptos. Ao mesmo tempo, procura solucionar crime de motivações raciais — e de circunstâncias problemáticas. Filho de figurão da cidade, Walter Wade mata um jovem negro por motivo aparentemente banal. Interpretado por Christian Bale (de Velvet Goldmine), ele utiliza o poder do pai para se livrar da Justiça. As semelhanças com o Shaft setentista são muitas. John Singleton evitou o uso excessivo de efeitos especiais, por exemplo. Como no passado, desenvolve a narrativa à base de cenas de ação e montagem ágil. Singleton também quis respeitar o suíngue da trilha sonora premiada de Isaac Hayes — que ainda canta o tema principal. Versão antiga da trilha sonora / versão nova da trilha Pelo visto, os esforços valeram a pena. A fita custou 45 milhões de dólares e logo teve retorno de bilheteria. Faturou 70 milhões somente nos cinemas dos EUA — sem contar o mercado de vídeo. A receptividade do público animou os produtores, que então pensaram logo em uma continuação.

Fenômeno resistiu até 1977 Anos 60. Embalados pelos discursos de Martin Luther King, Malcolm X e outros ativistas, os negros exigiam tratamento igualitário. O cinema foi arma fundamental nesta luta. Curiosamente, aquela década marcou também a vitória do cinema independente. Em oposição a Hollywood, ‘‘pipocavam’’ de todos os lados filmes de baixo orçamento. Até então menosprezados pela indústria, dezenas de produtores se diferenciaram com filmes voltados ao público negro — que já era imenso. Surgiu o fenômeno Blaxpoitation (gíria para ‘‘explosão negra’’ em inglês). Ao longo dos anos 70, foram realizados dezenas de longas somente com atores negros — antes, eles não passavam de vilões em policiais ou westerns. Tudo começou com a comédia The Watermelon Man, dirigida por Melvin Van Peebles em 1969. 

A trama: um branco racista entra em pânico ao perceber que acordou na pele de um negro. Em 1971, Van Peebles trilhou pelo gênero policial com Sweet Sweetback’s Badaaass Song. O sucesso da fita gerou uma febre. O posterior Shaft foi um estouro. Depois de Richard Roundtree, novos ídolos surgiram. The Mack (1973) revelou Richard Pryor. Pam Grier (resgatada por Tarantino em Jackie Brown) conquistou fãs com Coffy (1973) e Foxy Brown (1974). O destaque de Superfly (1972) foi a trilha sonora emblemática de Curtis Mayfield. O suíngue das trilhas era tão marcante quanto a precariedade técnica daqueles filmes. Depois da ascensão, a queda. O movimento declinou em 1977, devido ao esgotamento temático. De qualquer forma, a enxurrada blaxpoitation ajudou a dar voz à comunidade negra.Fenômeno resistiu até 1977 Anos 60. Embalados pelos discursos de Martin Luther King, Malcolm X e outros ativistas, os negros exigiam tratamento igualitário. O cinema foi arma fundamental nesta luta. Curiosamente, aquela década marcou também a vitória do cinema independente. Em oposição a Hollywood, ‘‘pipocavam’’ de todos os lados filmes de baixo orçamento. Até então menosprezados pela indústria, dezenas de produtores se diferenciaram com filmes voltados ao público negro — que já era imenso. Surgiu o fenômeno Blaxpoitation (gíria para ‘‘explosão negra’’ em inglês). Ao longo dos anos 70, foram realizados dezenas de longas somente com atores negros — antes, eles não passavam de vilões em policiais ou westerns. Tudo começou com a comédia The Watermelon Man, dirigida por Melvin Van Peebles em 1969. A trama: um branco racista entra em pânico ao perceber que acordou na pele de um negro. 

Em 1971, Van Peebles trilhou pelo gênero policial com Sweet Sweetback’s Badaaass Song. O sucesso da fita gerou uma febre. O posterior Shaft foi um estouro. Depois de Richard Roundtree, novos ídolos surgiram. The Mack (1973) revelou Richard Pryor. Pam Grier (resgatada por Tarantino em Jackie Brown) conquistou fãs com Coffy (1973) e Foxy Brown (1974). O destaque de Superfly (1972) foi a trilha sonora emblemática de Curtis Mayfield. O suíngue das trilhas era tão marcante quanto a precariedade técnica daqueles filmes. Depois da ascensão, a queda. O movimento declinou em 1977, devido ao esgotamento temático. De qualquer forma, a enxurrada blaxpoitation ajudou a dar voz à comunidade negra.

Enquanto há muitos mistérios sobre Tomb Raider, conhecida como Lara Croft, conheça aqui alguns que descobri.

Filha de Lord Henshingly Croft, um célebre arqueólogo, Lara foi criada no protegido mundo da aristocracia britânica — rodeada por tênis, mordomos e corgis (para quem não sabe, corgi é uma raça de cachorro). Bem cedo em sua vida, Lara passou por uma tragédia, quando seu pai desapareceu misteriosamente durante uma expedição a um local remoto. Profundamente entristecida por sua ausência, seus anos na Wimbledon High School para meninas foram muito calmos. Mas isto mudaria à medida que ela crescia. A mudança para a escola de Gordonstoun reacendeu o interesse pela arqueologia que ela mostrara antes da morte de seu pai. As Terras Altas escocesas na vizinhança também se tornaram o local ideal para ela explorar e treinar à medida que procurava por artefatos antigos e civilizações perdidas.

Mais tarde, na escola suíça para moças, ela se tornou exímia esquiadora. À procura de terrenos mais desafiadores, Lara decidiu ir de férias para o Himalaia. Contudo, na volta, o avião caiu entre as profundas montanhas. Lara foi a única sobrevivente. Escapar de adversidades foi uma das experiências mais angustiantes de sua juventude e contribuiu bastante para sua imensa autoconfiança que a acompanha até hoje.

Os acontecimentos dramáticos que ocorreram em sua juventude levaram Lara a rejeitar a atmosfera sufocante da alta sociedade britânica. Ela passou a perceber que só sentia realmente viva quando viajava e trabalhava sozinha. Como uma "Tomb Raider", ela encontrou um modo de vida, não uma profissão. Raramente trabalha sob contrato, preferindo a arte de coletar e fazer novas descobertas a saquear vestígios de antigas civilizações perdidas para lucrar. Para custar seu estilo de vida aventureiro, Lara trabalha como fotojornalista profissional. Ela é muito conhecida em seu meio depois de ganhar vários prêmios Pulitzer. Quando está na Inglaterra, Lara reside na casa de sua família, uma mansão em Surrey. Certa vez, ela achou que não precisava da casa, mas logo percebeu sua importância como sua base de operações. As vastas terras e os inúmeros cômodos vazios da casa são incrivelmente convenientes para laboratórios técnicos, garagem de veículos e treinamento. Apesar desta drástica mudança na sua vida de nobre, Lara ainda retém a essência de sua criação — o que mais se nota é seu sotaque educado e de alta classe e seu amor pela música clássica.

William Miller é um jovem muito inteligente. Pequeno para sua idade e dois anos adiantado na escola é um garoto solitário, criado pela superprotetora mãe (Frances McDormand,) e pela irmã. Esta, cansada das intromissões da matriarca, abandona o lar aos 18.

É neste momento que ela, sem total noção de seu ato, muda a vida do irmão. Deixa seus vinis para ele. Dentro do disco ''Tommy'', do ''The Who'', um aviso: ''Escute 'Tommy' a luz de velas e você verá toda sua vida pela frente''. É neste mágico momento que o garoto descobre sua paixão pela música, assunto o qual passa a dominar completamente. Quer ser um jornalista da área.

Apoiado por um experiente crítico musical de sua cidade, Lester Bangs (Philip Seymour Hoffman), Miller tenta conseguir uma entrevista com o ''Black Sabbath''. Irremediavelmente barrado na entrada dos bastidores, acaba conhecendo os membros da banda ''Stillwater'', que abriria o show. Conhece também um grupo de fãs da banda, lideradas por Penny Lane (Kate Hudson), que apesar de negarem, são groupies ao extremo, ou seja, andam somente com pessoas famosas, acompanhando-as em todo lugar e dormindo com elas. Essa suposta intimidade é o gancho que ele usa quando o editor da Rolling Stone, sem saber que ele é um garoto, liga e pede uma matéria. Resultado: cair na estrada por 4 dias com os caras.

O diretor Cameron Crowe usa este garoto, virgem de tudo, largado no lado de um mundo que ele tanto admira, mas pouco conhece, e realiza várias proezas. Apesar do Stillwater ser uma banda fictícia, o espectador sente e respira exatamente os conflitos e situações que ele imagina que sua banda predileta experimenta. Ou seja, o filme funciona como um retrato dos bastidores do Rock. As groupies, especialmente Penny Lane, mostram a dedicação que algumas pessoas tem à seus ídolos. Miller, Bangs e os executivos da Rolling Stone são a faceta da crítica musical nesta indústria. Para qualquer jornalista ou aspirante, é muito divertido observar estes personagens, que representam alguns estereótipos de maneira deliciosa e inusual. Os rapazes do Stillwater estão no palco com a mesma insegurança e tem as mesmas esperanças que qualquer banda de garagem comum. Quem tem uma guitarra ou instrumento em casa sabe como eles se sentem.

O personagem de Edward Norton narra a história de como criou o Clube da Luta, um local onde homens que não encontraram um sentido para a vida, aliviam suas tensões e fogem da rotina de seus trabalhos mal-remunerados e onde não são valorizados. Norton vive um cara que frequenta grupo de terapia gratuitos de doentes, viciados, neuróticos e outras pessoas que vivem uma dor maior do que a dele, e com isso ele alivia a sua dor.

Mas o que é o Clube da Luta? Ele não tem lugar definido, pode ser num balcão abandonado ou no subsolo de um velho bar, mas é onde estas pessoas liberam sua agressividade e vivem a violência como um fim. Todo começou o narrador encontra Tyler Durden (vivido por Brad Pitt), um cara que não tem o menor amor à própria vida e não tem medo de absolutamente nada. Um dia os dois, ambos de mal com a vida, brigam. Eles se machucam, mas se sentem mais relaxados, mais preparados para seguir em frente com suas vidas; tornam-se amigos e brigam toda vez que estão insatisfeitos com seus cotidianos. Eles acabam levando seu novo hábito para mais pessoas e o Clube da Luta é fundado. Só que Norton está satisfeito com o jeito que as coisas estão agora, mas Brad Pitt quer mais, quer brigar com o mundo inteiro.

Inspirado no livro de Chuck Palahniuk, o diretor David Fincher faz de Clube da Luta uma amostra marcante da incipiência das relações cotidianas. Existe o mínimo de humanismo em ambiente tomado por individualismo. Ao equilibrar discurso ousado e evidente talento técnico, o cineasta norte-americano inscreve-se entre os autores mais importantes do cinema. Recomendo, é claro!

Existem duas realidades: uma que consiste no nosso cotidiano, a outra, no que está por trás disso. Uma é um sonho. A outra é a "Matrix". Com efeitos visuais impressionantes e um roteiro muito bem feito, Matrix surpreendeu e foi um sucesso de crítica e público. Neo (Keanu Reaves) está procurando desesperadamente a verdade sobre a "Matrix" - algo que ele ouviu através de sussurros - algo misterioso e desconhecido -, algo que, Neo tem certeza, exerce um controle impensável e sinistro sobre a sua vida.

Neo acredita que Morpheus (Laurence Fishburne), uma pessoa que ele conhece apenas pela lenda, uma figura fugitiva considerada e o homem vivo mais perigoso do mundo, pode dar-lhe a resposta. Uma noite, Neo é contatado por Trinity (Carrie Anne-Moss), uma bela estranha que o leva para um outro mundo, um submundo onde ele finalmente encontra Morpheus e descobre, sozinho, a verdade sobre "Matrix".

Lá, Neo depara-se com outra pergunta, tão perplexa quanto a primeira: Será que ele é Ele? Antes que consiga compreender o que isso significa, Neo tem certeza de que a resposta é "não". Alguns, como o colega de Morpheus, Cypher (Joe Pantoliano), concordam. Outros, não têm muita certeza. Há, ainda, aqueles que protegem a "Matrix". Liderados pelo obstinado e, literalmente, indomável Agente Smith (Hugo Weaving), eles têm métodos para obter informações que surpreendem e aterrorizam. Neo, Morpheus e Trinity precisam lutar brutalmente por suas vidas contra esse bando poderoso para encontrarem as respostas que procuram, para entenderem seus papéis nesse drama épico que se desdobra em volta deles, para conhecerem suas verdadeiras forças e para reconhecerem seus destinos. Cada movimento, cada segundo, cada pensamento é crucial se quiserem se libertar da "Matrix" e da existência que ela representa.

Recomendo!

Joana D'Arc é rico em locações, mas perde na interpretação principal. De Luc Besson, é uma grande produção de época. Com grandes tomadas e cenas ambientadas em ótimas locações, o filme traz toda a força e poder da época. 

Joana (Milla Jovovich) é uma jovem de 17 anos que, acreditando em sua missão, consegue derrotar o temido e poderoso exército inglês que havia tomado a França. Após contar com o apoio do Delfim - personagem que no futuro torna-se rei da França -, a garota consegue uma verdadeira façanha em meio às guerras que se passam no reinado, derrotando exércitos e cativando o povo.

O filme possui muitas cenas fortes e impactantes, principalmente no começo do enredo, quando Joana ainda é criança, e começa a receber mensagens do inconsciente. Milla deixa a desejar em seu papel de heroína. Apesar de interpretar, de forma razoável, as perturbações frente às mensagens que recebe de Deus, a atriz demonstra-se perdida e sem atitude no meio das batalhas. Não é possível saber se foi Besson quem escolheu uma Joana um pouco mais desnorteada que as já interpretadas, ou se o erro foi da própria modelo e atriz. Com bom elenco, Joana D'Arc conta com atuações de John Malkovich, como o rei Charles VII, Faye Dunaway, como Yolande D'Aragon, e Dustin Hoffman, como a consciência da jovem heroína. As filmagens duraram mais de um ano e surpreendem. A câmera sempre insistente de Luc Besson dinamiza a linguagem de filmes do gênero, trazendo boas tomadas. Muitas poderiam ter sido descartadas, como as várias que mostram pessoas sendo degoladas e outras com jorros de sangue. O longa é uma face interessante da mística história sobre a heroína francesa que enfrentou a tudo e a todos, e acabou morta na fogueira aos 19 anos por traição do próprio reino.

Ter sido declarada bruxa, queimada, inocentada e, quase 500 anos depois, canonizada, são apenas alguns dos dados que dão um panorama, um tanto quanto antagônico, dos atos da Igreja Católica ao longo dos anos.

Um filme para todos que sempre quiseram ser outra pessoa... principalmente aqueles que sonham estar na pele de John Malkovich. Dizem as más línguas que, além de feio e careca, Malkovich é um dos caras mais chatos de Hollywood. Por que então alguém gostaria de ser ele? Ora, é que apesar de chato e feio, o cara é rico e faz muito sucesso com as mulheres. Precisa mais algum motivo?

Apesar do título do filme, Malkovich não é o protagonista da história. Quem está no centro da trama é Craig Schwartz (John Cusak) que, apesar de todo seu talento como artista de marionetes, não consegue sobreviver com seu trabalho. Nova York não está interessada em suas habilidades especiais. Seu casamento de dez anos com Lotte (Cameron Diaz), uma funcionária de uma loja de animais caiu na rotina. Eles não têm dinheiro nem paixão. Nem escapatória.

Sem expectativas, Craig, com seus dedos ágeis, consegue emprego como arquivista na LesterCop, uma "pequena" companhia localizada no 7º e meio andar do prédio de escritórios Mertin-Flemmer em Manhattan. Ali, ele conhece a bela Maxine (Catherine Keener), uma espécie de obsessão à primeira vista. Para ele, Maxine é um objeto para ser adorado, uma mulher esperando para ser amada. Mas, para Maxine, Craig é apenas um panaca. Desanimado e rejeitado, ele se isola em sua sala para cuidar do trabalho. Num momento de desespero empurra com força uma gaveta e faz cair uma pasta atrás da estante. Ao puxar o móvel, encontra um buraco na parede. Cuidadosamente, Craig se debruça e é sugado através de um túnel escuro e úmido. Há um brilho de luz e, depois, de repente, Craig percebe que achou um portal de passagem à experiência singular de ser John Malkovich! Ele está sendo John Malkovich...

Astronautas veteranos são convocados para missão espacial extraordinária. Clint Eastwood, ator e diretor norte-americano é considerado um verdadeiro mestre pelos críticos europeus. Exagero ou não, a obra dele tem particularidades muito interessantes.

Em Cowboys do Espaço, comédia dramática Eastwood propõe narrativa bastante convencional. Acompanha quatro aviadores (James Garner, Clint Eastwood, Donald Sutherland e Tommy Lee Jones) veteranos convocados para mostrar seu valor em missão espacial extraordinária. Todas as situações a partir daí podem ser previstas pelo espectador mais astuto. De qualquer forma, o diretor apaga eventuais problemas com uma direção firme. Inteligente contador de histórias, Eastwood se destaca com facilidade em meio à mediocridade do cinema norte-americano atual. Ele, ao contrário de muitos conterrâneos, aposta nas minúcias do roteiro. Trata de compreender as motivações de cada personagem antes de simplesmente escrever cenas. O resultado é uma trama consistente do princípio ao fim. A cautela na condução da história viabiliza outra qualidade de Cowboys do Espaço: cenas atraentes. Isso torna o discurso ainda mais convincente. Falar que os idosos podem contribuir com a sociedade é fácil. Comprovar isso com diálogos e situações ficcionais é mais difícil. A todo momento Eastwood corre o risco de esbarrar no sentimentalismo (como em Cocoon) ou no redundante. Para a sorte do público, ele escapa destes obstáculos com competência.

Você Sabia?

Clint Eastwood estreou no cinema em um filme chamado A Vingança da Criatura, mas seu nome não apareceu nos créditos.

Nada é mais tocante do que crianças de orfanato. Os adoráveis órfãos do filme "The Cider House Rules" (Regras da Vida, no Brasil) nos comovem até mais do que o filme "Annie". Esta adapatação do romance best-seller de John Irving retrata os acontecimentos na vida de um jovem órfão que alcança a idade de lançar-se no mundo por conta própria. Não fique desconfiado de sua origem literária, pois o filme não tem nada a ver com questionáveis adaptações como "As Cinzas de Angela" ou "Neve sobre Cedros". Esta é uma história cativante e acessível que conta com personagens adoráveis e uma boa metáfora sobre viver de acordo com suas próprias regras. Tobey Maguire interpreta o papel de Homer Wells, um garoto órfão muito maduro para sua idade. Ele é capaz de realizar partos e abortos, mas é muito inocente para lidar com a dura realidade da vida. Quando ele deixa o orfanato numa jornada para explorar o mundo, acaba descobrindo que amar não é nada fácil e que forças demoníacas estão presentes onde menos se espera. Maguire acaba provando ser um talentoso jovem ator com uma atuação sensível e uma intensa expressão facial, ressaltada por seu olhar solene e seu sorriso cativante. Seu personagem é o foco da maior parte do filme, de modo que quando a narrativa retorna aos acontecimentos no orfanato, acaba não tendo a força que deveria ter. Mas isso certamente não é culpa de Michael Caine, que está brilhante no papel do tutor de Homer, Dr. Wilbur Larch. Quando ele está na presença das crianças, é um patriarca contador de histórias encantador. Mas quando ele está só, desabrocha um lado seu bastante emocional, por vezes triste, como ao sofrer pela perda de uma criança, e por vezes trágico, como ao inalar éter. Sem dúvida esta é uma das atuações mais genuínas que assisti esse ano.

Em Nova York, Helen, uma jovem mulher que vive com Jackson, um excelente agente da Bolsa de Valores, descobre que está grávida.  Como ele é dono de uma bela propriedade rural que precisa de melhoramentos, os dois decidem se mudar para lá, planejando trabalhar na propriedade e criar o filho num local mais tranquilo. 

Entretanto, logo que chega à propriedade, Helen percebe a relação possessiva da futura sogra, Martha Baring, para com o filho, bem como, sua intenção em dificultar a vida dos dois.  

A neurótica mãe de Jackson, que sempre administrou o local, incomoda-se com a presença de Helen e faz planos para ter o controle da situação, seguindo ao pé da letra a regra que diz que os fins justificam os meios.  Assim, aos poucos, as duas passam a se odiar, principalmente depois que Helen descobre as intrigas da matriarca.

Poderia ser uma boa pedida para aqueles que querem fugir dos filmes de tema natalino dessa época do ano. Porém em "Segredo de Sangue" ("Hush") peca não tanto pela falta de originalidade, mas principalmente por desperdiçar um assunto que tem apelo e promete adrenalina para os fãs de histórias de suspense, perdido em meio a um roteiro fraco e uma direção equivocada.

O elenco, diante de personagens inconsistentes, não consegue ajudar muito. Gwyneth Paltrow, no papel da jovem que se apaixona por um fazendeiro, não decepciona no quesito dotes físicos, mas sua atuação certamente não vai deixar marcas.

Jessica Lange, como a sogra malvada, tem uma atuação razoável, mas não ruim.

E Jonnathon Schaech cumpre, como ator, o papel que seu personagem desempenha na trama: mera desculpa para o confronto entre as atrizes (ou sogra e nora).

A primeira parte do filme não compromete. Vê-se o casal em visita à fazenda da mãe do rapaz, onde os dois vão passar o Natal.

A mãe os recebe com aquela afabilidade falsa de quem está arquitetando um plano malévolo. Tão falsa que aquela que deveria ser a heroína do filme (Paltrow) passa por ingênua demais ao não perceber que algo está errado, não fazendo por merecer o título.

O casal volta para casa, ela descobre que está grávida e sofre um assalto. Traumatizada, decide que seria ótimo para a criança viver em uma fazenda. (Tudo bem, todo herói de filme de suspense tem um momento de extrema ingenuidade, ou não se colocaria em situações de risco.) Quem fica contente é sua sogra, que vai ficar próxima do filho, por quem alimenta um amor tão possessivo que chega a soar incestuoso.

Começam então as situações de tensão que levam a moça a odiar a mãe de seu marido e cujo desfecho é tão brusco que os personagens perdem o que tinham de consistência, pois mudam de atitude como quem muda de roupa.

É como se o diretor gastasse a maior parte do filme procurando criar situações de medo e não desse chance aos personagens para assimilar as situações e revertê-las.

A moça sofre um parto tenebroso do qual sai com força de leão, a malvada se mostra impotente, o filho, outrora dedicado, aceita naturalmente a crueldade da mãe.

Assim como em uma telenovela mexicana, o desenvolvimento da trama é excessivamente lento e a resolução vem aos trancos e barrancos, colocando tudo a perder. Enfim, dá pra assistir o filme em uma tarde tediosa.

Greta é uma babá chamada para cuidar de um garoto em uma mansão no meio do campo. O casal de pais já idosos é muito apegado ao filho, e lhe adverte que deverá seguir uma série de regras em relação ao menino. Porém, chegando lá, Greta descobre que a criança é na verdade um boneco. Admirada a princípio, ela logo percebe que os donos da casa realmente o tratam como um garoto, e partem em uma viagem deixando-a com Brahms para tomar conta na velha casa. Incrédula, ela deixa de seguir a lista rígida que lhe foi entregue, e coisas estranhas começam a acontecer.

O gênero de terror exige que o espectador se importe com as figuras em tela, para que então, possa torcer e temer por elas. Uma vez conseguido isso, não é necessário nem mesmo sustos, pois situações que coloquem esses personagens em perigo já são apavorantes em toda a sua duração. Só que essa produção vai na contra-mão disso.

Dirigido por William Brent Bell, Boneco do Mal aparentemente faz você logo imaginar que será aquele filme de terror bem diferente de outros do gênero que você assistiu. Porém com o passar dos minutos, o filme vai se entregando a clichês que já estamos acostumados em ver em produções assim e consequentemente vai te cansando. Enfim, temos algumas cenas que te fazem se interessar pela história. Temos uma boa atuação de Lauren Cohan (como a baba Greta) na medida do possível. Não achei ruim. É recomendado para uma noite tediosa e assistir descompromissadamente. Até mais!

Disponível no Brasil pela HBO e Netflix.

Título Original: The Boy

Título no Brasil: Boneco do Mal

País: Estados Unidos

Ano de Lançamento: 2016

Direção: William Brent Bell

Roteiro: Stacey Menear

Gênero: Terror

Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, Jim Norton e Diana Hardcastle

Nota: 8,0