10 Filmes de Ação Para Conferir

10. Predador
Direção: John McTiernan (EUA, 1987)

Inimigo invisível
“Rambo versus Alien”. Essa deve ter sido a frase usada pelos produtores de Predador para convencer a Fox a investir no filme. A premissa picareta, ainda bem, resultou num filmaço, graças à soma dos talentos envolvidos. Temos um Schwarzenegger ainda em vias de se estabelecer como Action Hero – basta lembrar que nos anos anteriores a Predador ele havia estrelado os mornos Comando para Matar e Jogo Bruto –; John McTiernan, um diretor com uma tomada de câmera diferente, cheia de adrenalina, que no ano seguinte chegaria ao estrelado com Duro de Matar; e um inimigo intrigante, cuja presença na tela é composta por um efeito especial então inédito. Some tudo isso, junte um elenco de cascas-grossas (o ex-Apollo Creed Carl Weathers, o Wrestler Jesse Ventura), a trilha sonora do mestre Alan Silvestri, e Stan Winston assinando a criatura – e pronto: um clássico do cinema de ação que junta ficção científica, guerra e suspense no mesmo mix.

O trunfo de Predador está na capacidade de McTiernan manter o espectador preso na poltrona. Ele cria uma selva orgânica, tão viva quanto o horror alienígena que espreita os heróis. O roteiro sabe aproveitar aquela característica superhumana que Arnold passa na tela: só ele seria capaz de sair no braço com um ET duas vezes o seu tamanho. Se dependesse de Schwarzenegger, a série Alien não teria passado do primeiro capítulo...


09. Máquina Mortífera
Direção: Richard Donner (EUA,1987)

Um policial louco num carro descontrolado
Qual série de aventura gerou mais três seqüências sem cair de qualidade? Qual série consolidou a fama do astro de maior cachê em Hollywood atualmente? Melhor ainda: qual série deturpou os conceitos de filme policial moderno? Não, amigos, desta vez não tem nada a ver com Guerra nas Estrelas. Máquina Mortífera, o filme que apresentou ao mundo a dupla de tiras mais cool da história, Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover). Máquina Mortífera inaugurou um gênero novo no cinema-pipoca: policial-cômico.

Impossível não se render ao carisma da dupla Riggs, um maluco suicida, e Murtaugh, tira semi-aposentado de Los Angeles. É uma química perfeita rendendo ação do começo ao fim. Depois do primeiro Máquina Mortífera, o cinema se viu inundado de produções semelhantes querendo repetir o sucesso do diretor Richard Donner, que, por sua vez, só retornava à série com um roteiro digno.

O filme é um dos melhores exemplos de aventura inteligente e adrenalinesca, somada ao fato do público não saber o que esperar do anti-herói de Mel Gibson, sempre perto de meter uma bala na própria cabeça. Mas como sabemos, ele não fez isso: tem filhos, é casado outra vez e continua ouvindo a ladainha: “Estou muito velho para este trabalho”, sempre pronunciada pelo parceiro. Se não concorda com nada disso, vá alugar Bambi e chorar pela milionésima vez.


08. A Outra Face
Direção: John Woo (EUA,1987)

Violência, pombas e música
Perfeito é o mínimo que se pode dizer de A Outra Face. Graças ao diretor John Woo, o público pôde conferir como se faz um bom thriller de ação.

Todos os trabalhos anteriores que Woo realizou em Hong Kong entre as décadas de 1980 e 1990 serviram apenas de laboratório para a conclusão de sua obra-prima. Em primeiro lugar, ele contou com uma dupla de atores afiadíssima – John Travolta e Nicolas Cage. Depois, teve um orçamento mais generoso (cerca de US$ 70 milhões). O resultado é um filme perfeito, com um roteiro enxuto e cenas de ação devastadoras. Tudo isso com a marca registrada do diretor: câmeras lentas, pombas, armas nas duas mãos e explosões arrasadoras.

Só mesmo Woo para imaginar um tiroteio onde um garoto ouve a música-tema de O Mágico de Oz em seu fone de ouvido enquanto a coisa pega fogo. Você pode até não ter gostado de Missão Impossível 2 (um trabalho visivelmente sob encomenda), mas não pode negar o talento do cara. Mesmo assim, tem gente que consegue não gostar deste filme. Para eles, o negócio mesmo é curtir as bombas do cinema nacional.


07. O Exterminador do Futuro 2
Direção: James Cameron (EUA, 1992)

Um garoto e um robô contra o armagedon
Seqüências geralmente são boas desculpas para ganhar dinheiro. E normalmente são muito piores que o original. Pense em Velocidade Máxima 2.

T2 é diferente. Para começo de conversa, o original tinha uma história interessante, o que é incomum em filmes de ação. E ela podia continuar sem problemas. Afinal, se o líder da resistência humana contra as máquinas continuava vivo, nada mais lógico que tentar matá-lo novamente. E é aí que começam as boas idéias. As outras são colocar o mesmo andróide, Arnold Schwarzenegger, mas, desta vez, fazendo papel de guarda-costas, e mostrar a evolução de Sarah Connor.

Há também o vilão perfeito, o T-1000, com seu andar engraçado (Robert Patrick havia torcido o pé no futebol). Ele não parece mau, nem forte, mas é imbatível. E nenhum grupo politicamente correto consegue defender um robô de metal líquido.
Junte tudo isso a perseguições de primeira, um final de chacoalhar o cinema, e você tem um clássico. Com direito a cenas inéditas que estão saindo em DVD, como a surra homérica que Sarah leva no hospital.

É tudo tão bom que já se tornou atração no parque da Universal nos EUA, além de suas sequências. Hasta la vista, baby!

06. O Império Contra-Ataca
Direção: Irvin Kershner (EUA, 1980)

O lado negro da saga
Mandamentos básicos das trilogias: no primeiro capítulo, são apresentados os heróis, os vilões e o ambiente em que vivem. O segundo ato serve para colocar esses personagens em conflitos, que serão resolvidos na terceira parte, na qual o bem vence o mal e (quase) todos ficam felizes.

Em nenhum outro lugar essa regra funcionou tão bem como em Star Wars, a saga de ficção científica mais bem-sucedida da História. E de todos esses filmes, O Império Contra-Ataca está anos-luz à frente e vence pelo conteúdo. Tem o melhor roteiro, cenas e diálogos memoráveis, conflitos psicológicos e a melhor performance dos atores em toda a série. E foi neste filme que Harrison Ford confirmou seu status de astro, que daria a ele o direito de interpretar Indiana Jones no ano seguinte.

Apesar de cenas com longos diálogos ocuparem quase 70% do filme (como no longo treinamento de Luke com Yoda e na relação entre Han Solo e Leia), o andamento é tão ágil que esse “detalhe” passa batido. A ação em Império é ininterrupta, principalmente em três cenas: na batalha de Hoth (filmada na gélida Noruega), na fuga da Cidade das Nuvens e, claro, na inesquecível luta de sabres de luz no final, que fez muito moleque (inclusive eu) querer largar tudo para virar um Jedi numa galáxia distante.

05. Fervura Máxima
Uma arma em cada mão

Direção: John Woo (Hong Kong, 1992)
Hardboiled, de John Woo, é o filme de ação perfeito. Apesar de ter saído no Brasil com um dos piores títulos da história, Fervura Máxima, que dá a impressão de tratar-se de um thriller estrelado pela Ofélia ou pela Ana Maria Braga, é um filmaço.

As coisa começam aceleradas e... vão acelerando cada vez mais, numa montanha-russa que parace não ter fim. Cada tiroteio espetacular é seguido de outro tiroteio mais espetacular ainda, tudo num ritmo alucinante, coreografado com maestria. A mistura de cenas em tempo real com cenas aceleradas e em câmera lenta é alucinante. Tudo bem que, depois, todo xerox de Tarantino do planeta copiou essa estética, mas foi Woo, inspirado nos experimentalismos de Sam Peckinpah, que elevou o troço a um nível insuperável.

Não dá pra escolher a melhor cena do filme, tantas as seqüências incríveis. Minha favorita é, sem dúvida, o tiroteio dentro da maternidade. Nem vou me alongar muito sobre essa cena. Quem viu, viu. E quem não viu, só de saber que há uma cena de tiroteio dentro de uma maternidade, vai querer conferir, não é mesmo?

04. Indiana Jones e o Templo da Perdição
Direção: Steven Spielberg (EUA, 1981)

As peripécias de um arqueólogo
Após o sucesso de Os Caçadores da Arca Perdida, era natural a volta de Indiana Jones aos cinemas. Mas, como superar o impacto do filme de 1981, que redefinira o perfil das produções do gênero? Steven Spielberg encontrou a solução: não perdeu tempo com o roteiro e intensificou o corre-corre, os sustos e o bom-humor.

O resultado foi um cruzamento de história de horror e filme de ação, no qual o arqueólogo combatia uma seita de adoradores do mal. Um momento antológico foi o horripilante jantar de boas-vindas que é servido a Indy e seus amigos: são serpentes, escaravelhos e cérebros de macacos congelados. A cena onde o herói, a mocinha Willie Scott (Kate Capshaw) e o garoto Short Round (Jonathan Ke Quan) são perseguidos por vilões, nos túneis de uma mina, já era um prenúncio daquilo que os críticos, alguns anos depois, chamariam de “cinema montanha-russa”.

03. Os Caçadores da Arca Perdida
Direção: Steven Spielberg (EUA, 1981)

Mais peripécias de um arqueólogo
Steven Spielberg é gente como a gente: se criou com gibi, TV, e filmes com final feliz. George Lucas não é: sempre foi o intelectual da turma, o esquisitão. A quatro mãos, a dupla fez o melhor filme de aventura da história.

Para Lucas, o cinema nos anos 1970 era muito complicado, cerebral, sombrio. Lucas acha que cinema é visual. As imagens têm que contar a história. Diálogo e interpretação são secundários. Pesquisando o tema, ele descobriu os seriados baratinhos que faziam a alegria da molecada dos anos 1940. Adrenalina dez, gordura zero. Assim nasceu Star Wars e, claro, Indiana Jones.

Lucas e Spielberg já eram amigos e colaboradores. Lucas estava ocupadão na pré-produção de O Império Contra-Ataca. Spielberg sonhava em dirigir 007. Daí para assumir a direção de Caçadores foi um pequeno salto – sobre um abismo.

Caçadores tem estratégia, teoria e conhecimento de causa. Mas o foco é a ação e o coração. Por isso - e por Harrison Ford, Karen Allen, os outros filmes, a série de TV, tudo que vem pela frente – têm meu voto.

02. Matrix
Direção: Andy e Larry Wachowski (EUA,1999)

Ação revolucionária
Acho que sei o segredo do sucesso do filme Matrix. E o segredo é este: todos que assistiram ao filme saíram do cinema certos que haviam descoberto alguma coisa que ninguém mais tinha notado.

Matrix foi a delícia para todos os metidos a especialistas em Cultura Pop. Todos tiveram a chance de exibir sua erudição para namoradas ou rodas de RPG. Lembrando que tal cena era uma citação de William Gibson (autor de Neuroromancer e Idoru), ou que tal movimento seguia a seqüência de golpes de Mortal Kombat, ou que o criador do visual do filme, Geoffrey Darrow, é o mesmo que trabalhou com Frank Miller, o popularizador da palavra “Dark”... Uau!

Eu mesmo fiz bastante sucesso numa festa onde defendi que Matrix e Truman Show eram derivados diretamente do escritor Phillip K. Dick (o autor da história que deu origem a Blade Runner). Tentei, também, emplacar o papo de que o filme era uma diluição do discurso de heresias gnósticas do século XII, mas dessa vez quebrei a cara (até porque não entendo nada de heresias gnósticas do século XII).

01. Duro de Matar
Direção: John McTiernan (EUA, 1988)

Sozinho contra terroristas
Pode até parecer uma zebra, mas Duro de Matar (o primeiro) é o número um de todos os tempos, segundo a Herói. E por que não seria? Só porque John McLane é normal, casado, com filhos, que sangra pelos pés e faz piadas? Essas coisinhas fazem o cara ser ainda mais bacana pra quem assiste e a identificação é imediata. Na hora você se imagina no lugar dele, que não é um robô, um cara imortal e nem invulnerável, e sim alguém que está ferido, preso num arranha-céu e, ainda por cima, cercado por terroristas. Beleza!

Duro de Matar

Antes de Duro de Matar já existia Rambo 1 e 2, O Exterminador do Futuro, Os Caçadores da Arca Perdida e outros clássicos da ação, mas o filme do diretor John McTiernan está acima de todos esses porque lança uma idéia simples e amplamente copiada nos anos seguintes: um filme com explosões, tiros, mortes, tudo junto num único lugar. O pânico, a agonia, a adrenalina de estar cercado por todos os lados, sozinho com apenas uma arma não deixa o espectador piscar o olho.

É por isso que Duro de Matar é um clássico irrepreensível, é por isso que a Globo reprisou a produção tantas e tantas vezes. John McTiernan e Bruce Willis são muito gente fina!

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